top of page
Gustavo_Orphão_newlog_-removebg-preview.png

Busca e Apreensão: O Que Fazer e Como se Proteger

A busca e apreensão é um dos instrumentos mais invasivos e impactantes da investigação criminal. Normalmente ocorre de forma inesperada, nas primeiras horas da manhã, com grande quantidade de policiais, e pode envolver a coleta de documentos, computadores, celulares, valores e outros bens.

Esses momentos costumam gerar pânico, constrangimento e confusão — e é precisamente por isso que a pessoa deve conhecer seus direitos e saber como agir.

Uma conduta equilibrada e orientada juridicamente pode definir o rumo de toda a investigação.

Mantenha a calma e evite qualquer reação impulsiva.

 

A primeira reação de qualquer pessoa diante de policiais é tentar entender ou argumentar, mas confrontar, discutir ou resistir só agrava a situação e pode gerar novos delitos, como resistência ou desobediência.

O correto é:

  • manter postura serena;

  • não atrapalhar o cumprimento da ordem;

  • não ocultar objetos;

  • não impedir a entrada dos agentes (se houver mandado válido).

Calma e prudência são fundamentais.

 

Exija o mandado e leia com atenção.

O mandado deve ser apresentado antes da entrada, salvo raríssimas exceções.


Ao receber o documento, é essencial observar:

  • o nome do juiz;

  • o endereço autorizado;

  • os fundamentos da decisão;

  • o que pode ser apreendido;

  • a finalidade da diligência;

  • o horário autorizado (habitualmente diurno).

 

Se o endereço for diferente do local da diligência, a busca é ilegal.


Se o mandado permitir apreensão de documentos e a polícia leva bens sem relação com o fato, também há excesso.

 

Essas irregularidades podem levar à anulação da prova e, em alguns casos, ao trancamento da investigação.

Registre tudo: filmagem, testemunhas, relação de bens.

 

É fundamental que o morador ou responsável:

  • filme a diligência (sem obstruir o trabalho);

  • acompanhe o procedimento sempre que permitido;

  • solicite que tudo seja descrito no auto;

  • confira item por item da lista de objetos apreendidos;

  • peça cópia imediata do auto.

Registros garantem proteção contra abusos e contra alegações falsas no auto lavrado pela equipe policial.

Não forneça senhas - Você tem o direito à não auto incriminação.

Em muitos casos, agentes pedem senhas de celular, computador ou e-mails “para agilizar”.


Contudo, você não é obrigado a fornecer a senha dos aparelhos, isto porque, você não é obrigado a produzir provas contra si mesmo, ou ainda, colaborar para que as provas sejam produzidas.

Importante se atentar que você não pode se opor a ordem judicial de busca por exemplo, mas você não é obrigado a auxiliar nas diligências.

A jurisprudência entende que obrigar o investigado a entregar senhas viola o direito à não autoincriminação, neste caso, a defesa pode, inclusive, anular provas obtidas por meio de coerção, se comprovado que o fornecimento de dados se deu mediante coação.

Evite falar — tudo poderá e será usado contra você.

 

Durante a busca, agentes frequentemente fazem perguntas informais.


As pessoas, nervosas, tentam se explicar, mas isso pode ser a pior parte, se indagado informalmente, limite-se a dizer que falará apenas na presença de seu advogado.

Qualquer declaração fora desse contexto pode ser interpretada como confissão, contradição ou indício de culpa.

Contate imediatamente seu advogado.

 

Uma busca e apreensão exige resposta técnica imediata, porque:

  • as primeiras horas definem a narrativa do caso;

  • irregularidades precisam ser registradas no ato;

  • medidas urgentes podem ser requeridas;

  • a defesa deve avaliar se houve abuso ou violação de domicílio;

  • é possível, em muitos casos, pedir a devolução de bens e até a nulidade da diligência.

 

Operações complexas envolvem não apenas aspectos criminais, mas também patrimoniais, financeiros e reputacionais — e toda estratégia depende do primeiro atendimento jurídico.

Quando a busca e apreensão pode ser anulada?

 

A diligência pode ser considerada ilegal quando:

  • o mandado é genérico ou pouco fundamentado;

  • a busca ocorre à noite sem justificativa;

  • agentes entram em imóvel sem ordem judicial;

  • apreendem objetos fora do escopo da decisão;

  • há abuso de autoridade;

  • há violação da cadeia de custódia;

  • não são observadas formalidades essenciais.

 

Nesses casos, a defesa pode pedir:

  • devolução imediata dos bens;

  • desentranhamento da prova;

  • reconhecimento da prova ilícita;

  • trancamento da investigação, em casos de ilegalidade absoluta;

  • responsabilização da autoridade.

Conclusão

 

A busca e apreensão costuma ser o primeiro ato que causa grande impacto psicológico e jurídico na vida do investigado.


Mas, quando conduzida de forma irregular, pode se transformar em um poderoso ponto de ataque de uma defesa técnica e combativa, capaz até de anular processos inteiros e investigações.

Conhecer direitos, manter a calma e ter orientação imediata são medidas que preservam provas, evitam abusos e protegem a integridade do investigado.

NOSSAS REDES

  • Instagram
  • TikTok

OUTROS CONTATOS

(11) 99732-8490

R. Manoel da Nóbrega, 735 - Centro, Diadema - SP, 09910-720

E-mail
Telefone
Localização
bottom of page